A BARRAGEM DE MIRORÓS (Manoel Novaes), está localizada no sertão da Bahia, entre Gentio do Ouro (30km), Barra do Mendes (50km), Ipupiara (90km) e Ibipeba (58km). Porém é pertencente à Ibipeba e Gentio do Ouro.
Monumental a barragem, com 70 metros de altura, construída na década de 1980, no Governo do Presidente João Batista Figueiredo. Junta as águas do Rio Verde, pequeno afluente do Rio São Francisco e de outros pequenos córregos e leva estas águas através de grandes canais construídos de concreto para o projeto irrigado e várias cidades da região de Irecê.
Margens do rio Verde, afluente do rio São Francisco. Idealizado por Turíbio Santos, político influente da região, e pelo deputado federal Manoel Novaes, o Complexo é constituído pela Barragem, com capacidade para acumular 158 milhões de metros cúbicos, pelo Projeto de Irrigação de Mirorós, com aproximadamente 3.300 hectares e pela Adutora do Feijão, com mais de 250 quilômetros de extensão atendendo a várias sedes Municipais, uma centena de localidades e uma população de mais de 250 mil habitantes, situada na Microrregião de Irecê – Bahia. O Complexo gerou grandes transformações socioeconômicas na região de influência, representando mais uma alternativa de geração de emprego, renda e desenvolvimento.
Localização: Municípios de Gentio do Ouro e Ibipeba - BA - Médio São Francisco
Polo de Desenvolvimento: Irecê
Área Irrigável: 2.102 ha
Área Ocupada: 1.674 ha (852 ha — lotes familiares; 823 ha — lotes empresariais)
Fonte hídrica: Barragem Manoel Novaes - Rio Verde
Vazão outorgada vigente: 21.939.840 m3.ano-1
Investimento até 2020: R$ 301.119.600,97
Dados da infraestrutura: 31,3 km de canais; 116 km de adutoras; 35 km de drenos; 112 km de estradas; 6 estações de bombeamento
Início de funcionamento: 1996
Início da cogestão: 1998
As obras do projeto Mirorós tiveram início em 1992 e foram finalizadas em 1995. A captação da água é realizada na barragem de Mirorós, construída pela Codevasf sobre a calha do Rio Verde (CODEVASF, 1999).
Nos últimos anos devido à redução do volume de água que é verificado desde 2008, a produção no projeto tem sido prejudicada. Existe dificuldade de fornecimento de água, sendo que apenas 40% da área irrigável recebe água de qualidade.
Produção agrícola
Figura 1: Evolução do Valor Bruto de Produção do projeto de Mirorós entre os anos 2016 e 2020.
Fonte: Do autor, 2021.
Figura 2: Principais espécies cultivadas no projeto Mirorós, de acordo com o VBP, no ano de 2020.
Fonte: Do autor, 2021.
Características da produção
Observa-se que as culturas permanentes predominam tanto em lotes familiares quanto empresariais e representam 85% da área cultivada e 95% do VBP total. Há predominância da exploração de banana, que representou, em 2020, 83% do VBP e 72% da área cultivada (Figura 2).
A condição de baixa qualidade da água no projeto tem comprometido a produtividade e a qualidade da produção. Como é possível observar na Figura 1, houve redução do VBP entre 2017 e 2018, de R$ 26.592 mil para R$ 17.092 mil, uma redução de 36%. Valor esse também devido à redução do preço da banana, que foi observado nos demais projetos dessa SR.
Mas, assim como nos demais projetos, verificou-se recuperação do VBP devido ao aumento gradativo do preço da banana nos últimos dois anos (2019 e 2020).
Os principais sistemas de irrigação são a microaspersão e o gotejamento.
Potencialidades
Estima-se a geração 1.072 empregos diretos, 1.607 empregos indiretos e 364 empregos induzidos, com uma produção de 21.295 t de alimentos e um VBP de R$ 23.059.778, em 2020.
