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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Brasil pode chegar a mil mortos por dia, diz ministro da Saúde


O ministro da Saúde, Nelson Teich, anunciou hoje em coletiva que é possível que o país chegue a mil mortes diárias com o coronavírus.
“Em relação a um possível numero de mortes, hoje estamos em 435, o numero de 1000, se tivermos num crescimento na pandemia é possível. Não quer dizer que vai acontecer. A gente tem que acompanhar cada dia para tomar as decisões”, declarou o ministro.
O anuncio serve como representação do colapso que o Brasil está enfrentando. Se hoje o ministro fala em mil, provavelmente mil já representa os números atuais, refletindo uma crise gigantesca.
O balanço desta quinta-feira do Ministério da Saúde registrou 5.901 mortes em razão da doença no país. O maior número de óbitos foi registrado nos três últimos dias: 474 na terça-feira, 449 na quarta e 435 nesta quinta.
- Em relação a um possível número de mortes, hoje a gente está perto de 500 mortes, 400. O número de 1.000, se estivermos num movimento, num crescimento significativo da pandemia, é um número que é possível acontecer. Não quer dizer que vai acontecer. A gente tem que acompanhar a cada dia para ver o que está acontecendo para tomar as decisões - disse Teich.
Distanciamento social
Teich também disse nesta quinta-feira que a diretriz do governo para orientar a flexibilização das medidas de distanciamento social no país está pronta, mas que teme que a ela seja alvo de "polarização" e seja transformada em "ferramenta da discórdia".
- Isso tá feito. A nossa grande preocupação é como a gente veicular isso de forma que não se torne uma ferramenta de discórdia mais que um auxílio à população - afirmou o ministro durante entrevista coletiva.
Teich prometeu, na semana passada, que o governo divulgaria nesta semana uma diretriz com orientações para a flexibilização do distanciamento social implementado no país para enfrentar a epidemia causada pelo novo coronavírus.
Em outro trecho da coletiva, Teich disse estar preocupado com a polarização política em torno da adoção ou não de medidas de distanciamento social. A declaração foi feita após ser questionado se, diante do número de mortos pela doença estar perto de 6 mil, o ministério alteraria a orientação para o distanciamento social ou se adotaria uma política alinhada ao presidente Jair Bolsonaro, que é favorável à redução dessas medidas.
- O número de mortes adicional é muito triste. Mas não é porque eu tenho uma alteração nesse número de mortes. A política não é em função disso. Temos uma definição clara: o distanciamento permanece como orientação - afirmou o ministro.
- O que eu acho importante é que eu vejo isso mais como uma discussão política do que como uma discussão social. A gente precisa parar pra entender o que isso representa pra sociedade e não ficar polarizando pra dizer se é bom ou ruim - disse Teich.
Apesar de ter prometido o anúncio da diretriz para essa semana, Teich não disse quando ela será divulgada. O ministro disse que não haverá nada "milagroso" nela e que ela será composta por medidas já observadas em outros países.
* Com informações do O Globo